quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ferida


Sentirei saudade dessa caminhada no fim da tarde
o sol se pondo
eu, entre as igrejas.

Paz
apesar das adversidades.
Sentirei saudade do sorvete na Sé
menos do morro do São Gonçalo.

Minha casa já não é minha
perdeu meu cheiro
perdeu minha cor.

sábado, 14 de novembro de 2009


O brilho que desenha desejos devastados
(olhar)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

À Walkíria

Porque olhamos pela janela
a mesma que deixa o sol entrar
e nos vemos sentados meio ao jardim de tulipas roxas
enquanto os homens vêem apenas andaimes e concretos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

À meia-taça

Em estilhaços,
um brinde
à sorte.
A sorte
a própria tragédia.

Esparramados,
o sangue
e a esperança.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

não me olhe
não me toque
não se toque
não agora
não me olhe assim

reta

do lado de cá
e distante daqui
outro mundo

o rio corre contra seu curso
eu o observo
sentado à esquerda
e à direita da margem

adiante
você

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Antônio

A noite embriagada
Delírios
Insensatez
em meio ao torpor
pudor
Mas um beijo
doce
algodão doce
e a pureza

Medo

Quase adormecia quando senti a Solidão chegar
no escuro ela sussurrava em meu ouvido:
‘Seus lábios me dão um sabor doce de Amor,
a veemência de seus beijos me conduz ao mundo da pureza’.
Abri os olhos e a Solidão partiu
no lugar, a implacável certeza de não se estar só
rodeado de lembranças
e o medo.

domingo, 8 de novembro de 2009

Conto-de-Farsas

O silêncio grita no meu ouvido
A vida é gigante
Cheia de paradoxos:
tristezas e alegrias
encontros e desencontros
surpresas e monotonia.
No fim, será apenas eu
e a imagem refletida no espelho
que deveria ser de uma criança
Mas não é.