sábado, 23 de junho de 2012

domingo, 31 de outubro de 2010

viva

A natureza preserva em suas raízes a vida
A sua vida
À ela tudo se revela
Se é você indecifrável
Então o mundo é dela

Arquejante
tua ânsia
apenas tua ânsia
Mas compete à ela a sua vida
À natureza viva
não ao homem que com teu pó a estrumar.
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"O poema é isto: enquanto morremos, a natureza não tem nada a ver conosco. Ela está na dela."
(Ferreira Gullar)

Caixa torácica

Oco, e ligeiramente deslocado para a esquerda
Cospe
Hemácias, leucócitos, plaquetas, plasma

Injuriado
Um devaneio a que chamam amor

Ignora o pobre
O contentamento de um isopor


domingo, 15 de agosto de 2010

aprendizado.

Se amamos,
quando amamos,
a comunhão de dois seres apaixonados
levada a cabo pela essência imoral que irrompe na alma,
rompe-se,
mas não encerra o amor.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

queda

um trinco

o dia álgido
o andar é dolorido

dentro
o coração sangra

sábado, 19 de junho de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

bocejava
dormia
sonhava

INSÔNIA

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

maré

meu corpo pressente
o som de uma onda que nunca quebra

mas o coração cala

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

Insensatez

E se eu não for capaz de ouví-lo?
O coração não é astuto, homem.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

impetuoso gozo

se vaso (vazo)
rebenta em mim
arrojado desprezo
a cara
uma flor
amarga

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quero chover em você
Nos seus olhos acordar
E do medo me despir.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ferida


Sentirei saudade dessa caminhada no fim da tarde
o sol se pondo
eu, entre as igrejas.

Paz
apesar das adversidades.
Sentirei saudade do sorvete na Sé
menos do morro do São Gonçalo.

Minha casa já não é minha
perdeu meu cheiro
perdeu minha cor.

sábado, 14 de novembro de 2009


O brilho que desenha desejos devastados
(olhar)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

À Walkíria

Porque olhamos pela janela
a mesma que deixa o sol entrar
e nos vemos sentados meio ao jardim de tulipas roxas
enquanto os homens vêem apenas andaimes e concretos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

À meia-taça

Em estilhaços,
um brinde
à sorte.
A sorte
a própria tragédia.

Esparramados,
o sangue
e a esperança.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

não me olhe
não me toque
não se toque
não agora
não me olhe assim

reta

do lado de cá
e distante daqui
outro mundo

o rio corre contra seu curso
eu o observo
sentado à esquerda
e à direita da margem

adiante
você

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Antônio

A noite embriagada
Delírios
Insensatez
em meio ao torpor
pudor
Mas um beijo
doce
algodão doce
e a pureza

Medo

Quase adormecia quando senti a Solidão chegar
no escuro ela sussurrava em meu ouvido:
‘Seus lábios me dão um sabor doce de Amor,
a veemência de seus beijos me conduz ao mundo da pureza’.
Abri os olhos e a Solidão partiu
no lugar, a implacável certeza de não se estar só
rodeado de lembranças
e o medo.

domingo, 8 de novembro de 2009

Conto-de-Farsas

O silêncio grita no meu ouvido
A vida é gigante
Cheia de paradoxos:
tristezas e alegrias
encontros e desencontros
surpresas e monotonia.
No fim, será apenas eu
e a imagem refletida no espelho
que deveria ser de uma criança
Mas não é.